Desabilitar Pré Carregamento.
Rua Mecenas Pinto Bueno, 1207, Marília – SP
aea@aeamarilia.com.br
(14) 98121-9548

Orgulho e vaidade

por Ênio Padilha

Implementar estratégias de marketing pessoal, muitas vezes, implica mudar hábitos, costumes, práticas e “tradições pessoais”. Significa, em última análise, romper com alguma crença ou convicção que já faz parte do seu ideário público.Isso quase nunca é uma coisa fácil. Mudar não é fácil, porque implica aceitar que aquilo que estava sendo feito não estava certo ou podia ser feito de outra forma. É uma coisa do tipo “Eu sempre fiz desta maneira”... Isso bate no orgulho de não admitir que “eu estou errado. Fulano tem razão: alguma coisa precisa ser mudada no meu modo de agir”.

Uma das reações mais bonitas (por ser absolutamente rara) que uma pessoa pode ter é a de, no meio de uma discussão sobre pontos de vista, dizer com sinceridade “É verdade, você tem razão, eu estava errado. Nunca tinha observado esse assunto por esse ângulo que você apresentou”.

A maioria absoluta das pessoas entra em uma discussão (seja sobre política, trabalho, educação, esporte, arte ou comportamento) movida apenas pelo interesse de apresentar e defender seus argumentos. Não têm a menor disposição para aprender ou aceitar novos pontos de vista ou novas alternativas para a sua “maneira de ver as coisas”.

Eu tenho um grande amigo (o engenheiro e professor do CEFET-PR, Marcos Vallim) que é uma dessas raríssimas exceções. Ele é desconcertante. Apesar da inteligência aguda e dos pontos de vista solidamente defendidos “com unhas e dentes”, ele não espera pelo dia seguinte ou pela próxima oportunidade para admitir que está errado ou que está enganado ou desinformado.

Muitas vezes, no meio de uma discussão de alta temperatura, onde as partes apresentam e defendem suas teses, ele interrompe a discussão para admitir, em alto e bom som, que o outro atingiu o ponto. Que o argumento do outro é perfeito. Que o outro está certo e que ele (Marcos) está errado... E não se trata apenas de aceitar o argumento do outro para encerrar a conversa. É uma manifestação sincera de entendimento da razão da outra parte.

Para as outras pessoas, acostumadas a discussões que nunca têm um ponto final com entendimento entre as partes, chega a ser “constrangedor” uma atitude tão humilde que contraria o comportamento comum de “lutar” até o fim para “enfiar na cabeça do outro” o seu ponto de vista.

O seu comportamento, com certeza, deve nos servir de exemplo. Vencer a vaidade e o orgulho é meio caminho para iniciar um processo de renovação. Uma estratégia de marketing pessoal, muitas vezes passa pela necessidade da renovação de conceitos e comportamentos.

Ênio Padilha é engenheiro e palestrante, www.eniopadilha.com.br