“No final do século XIX e início do século XX o Brasil presenciava a gênese das aplicações utilitárias da eletricidade em algumas de suas principais cidades. Até a primeira década do século XX construiu-se no País um grande número de pequenas usinas geradoras de energia elétrica, destinadas a atender os serviços públicos instalados nas cidades, principalmente, a iluminação pública e a particular, o acionamento dos bondes utilizados para o transporte coletivo e o fornecimento de força motriz a unidades industriais, sobretudo do setor têxtil. Todos esses empreendimentos dependiam de técnicos estrangeiros para a sua implantação.
Mas o Brasil não poderia ficar dependente de técnicos de outros continentes para a implantação de uma tecnologia que se mostrava crucial para o País. Foi nessa época que despontou Theodomiro Carneiro Santiago, verdadeiro ícone da engenharia elétrica no Brasil. Como diretor de escola secundária em Itajubá/MG, percebeu a necessidade premente de uma escola de engenharia na qual a instrução formal aliasse a teoria à pratica. Decidiu então criar uma instituição de ensino da área eletrotécnica e mecânica em sua cidade, com foco na formação experimental.
Em trabalho de prospecção, Theodomiro viajou em maio de 1912 para a Europa, onde visitou os principais centros de ensino da engenharia elétrica. Ao término da viagem, havia contratado professores belgas, franceses e suíços, e comprado equipamentos para a montagem dos laboratórios do que viria a ser o Instituto Eletrotécnico e Mecânico de Itajubá – IEMI, inaugurado em 23 de novembro de 1913”. Detalhe: de família abastada, Theodomiro bancou o empreendimento, investindo o equivalente hoje a cerca de 50 milhões de reais, sem retorno financeiro àquela época.
Partes do texto acima compõem a justificativa do Projeto de Lei da Câmara Federal que, em 2003, propunha a comemoração do Dia Nacional do Engenheiro Eletricista em 23 de novembro. Depois, a Lei Federal nº 12.074/2009 veio para homenagear a fundação do IEMI, a atual Universidade Federal de Itajubá.
Hoje, desde o simples acender da lâmpada até a automatização de grandes máquinas industriais e soluções inteligentes para a redução do consumo de energia, como a exploração sustentável de sistemas fotovoltaicos e eólicos, o campo de atuação do Engenheiro Eletricista ganha relevância em um mundo cada vez mais tecnológico e em que é difícil imaginar a vida sem a energia elétrica.
Parabéns Engenheiros Eletricistas!